Porta de entrada – Além de saber estudar sozinho, quem quer entrar nesse mercado precisa aprender a criar, estruturar e divulgar seu próprio trabalho. O primeiro passo é estruturar um portfólio.
Mercado de animação
vive aquecimento
no
Brasil
Rachel Sciré
Se você se interessa por comunicação, tecnologia e arte, que tal investir no ramo de animação? Com o desenvolvimento das técnicas de 2D, 3D e Stop Motion, as oportunidades na área não param de crescer. “Eu arrisco dizer que estamos vivendo a melhor época da história da animação no país”, afirma Mauricio Mazza, coordenador do curso de Design de Animação da Universidade Anhembi Morumbi.
No Brasil, tradicionalmente, é a publicidade que mais utiliza recursos de animação. No entanto, cada vez mais entram na onda websites, videogames, desenhos animados, vídeos institucionais, longas e curta-metragens, tutoriais e séries de televisão.
Isso porque o termo “animação” é bastante amplo e inclui várias áreas correlatas. “Podemos nos referir à animação como a técnica para sugerir a ilusão do movimento”, explica Mazza.
O professor da Anhembi Morumbi conta que as atividades que envolvem animação são muito específicas, conforme o produto a ser desenvolvido.
Criar enredos, escrever roteiros, definir personagens e cenários, fazer a direção de arte, escolher a trilha sonora, cuidar do design de sons e imagens, gerenciar equipes, cronogramas e orçamentos podem ser algumas delas.
No caso específico da computação gráfica, que é a animação 3D digital, existem outras funções técnicas envolvidas que ficam a cargo de modeladores, riggers (diretores técnicos), pintores digitais, programadores e profissionais de rendering, que cuidam do meticuloso acabamento dos produtos.
Onde e como aprender – Se você começou a se interessar, saiba que as instituições de ensino brasileiras já estão formatando cursos específicos para quem quer trabalhar no setor, como a graduação em Cinema de Animação e Artes Digitais da Universidade Federal de Minas Gerais. Entre outros, a PUC-SP oferece ensino superior em Tecnologia em Jogos Digitais e, no Rio de Janeiro, a equipe da Anima Mundi ministra regularmente diversos cursos.
O mercado também está movimentado com o anúncio de uma parceria entre a Saga e a norte-americana Gnomon School of Visual Effects (que tem entre professores e colaboradores artistas digitais de filmes como "Avatar", "Tron: O Legado" e "Star Trek"), para a criação de uma escola internacional de arte digital.
O objetivo é formar profissionais capazes de trabalhar com as principais tecnologias de animação, arte digital e efeitos visuais usados em Hollywood.
O segundo passo é fazer com que as pessoas saibam o que você produz. “É uma área de difícil acesso para quem não tem experiência. Só produzindo muito e divulgando o seu trabalho você consegue se infiltrar nele”, afirma Mello.
“As agências ficam atentas a tudo isso para chegar até o profissional antes mesmo que eles cheguem até elas”, destaca Felix, do curso Play Game da SAGA.
Sem hora para sair – Trabalhar com animação pode ser bacana, mas está longe de ser pura diversão. Mello, da Giovanni+DraftFCB, explica que o ritmo é bastante puxado, principalmente por conta dos prazos curtos. “Para entregar alguma coisa de qualidade, você leva muito mais do que as oito horas diárias de trabalho, porque precisa testar soluções e descobrir novas técnicas a cada projeto.”
Se vale a pena? Há quem seja remunerado por trabalho realizado ou por hora. Entre os contratados por agências, o salário inicial fica entre R$1,5 e R$ 2,5 mil, e pode chegar R$10 mil para os profissionais seniores.
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